Tony Gel: "Lyra era uma pessoa que respirava política 24 horas" | |
“Eu convivi pouco tempo com Fernando Lyra no Congresso, mas nesse período entendi que se tratava de uma pessoa muito bem relacionada e que respirava política 24 horas por dia. Uma das suas grandes qualidades era não alimentar ódios e mágoas. Ele se relacionava bem até com os mais ferrenhos adversários. Além de ser uma mente política ativa e com muita perspicácia. Tive a oportunidade de votar em Fernando Lyra para Ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), mesmo sendo seu adversário político. Caruaru, Pernambuco e o Brasil perdem um grande político”. | |
Escrito por Magno Martins, às 14h45 |
Armando Monteiro Filho exalta trajetória de Lyra | |
O ex-ministro Armando Monteiro Filho e o senador Armando Monteiro Neto chegaram, há pouco, na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) para prestar o último adeus ao companheiro Fernando Lyra. “Lyra foi uma referência na política de Pernambuco e do país. Coragem, coerência e determinação são atributos entre os muitos que Lyra possuía. Se o Brasil vive hoje na condição de absoluto respeito, existe uma parcela importante empenhada por Fernando. Ele vai fazer falta. É um amigo que deixa exemplo digno a ser seguido e imitado”, disse Armando Monteiro Filho. | |
Escrito por Magno Martins, às 14h20 |
Gonzaga Patriota: "Lyra deixa um inestimável legado" | |
"Depois de acompanhar a trajetória do destemido político e grande homem público pernambucano Fernando Lyra, tive a honra de ser seu colega e liderado, na Assembleia Nacional Constituinte, onde pude confirmar suas benéficas e corajosas ações, pela redemocratização do país. No combate a ditadura, Fernando Lyra, junto aos saudosos homens públicos pernambucanos, Marcos Freire, Mansueto de Lavor, Egídio Ferreira Lima, Byron Sarinho, Cristina Tavares, dentre muitos outros, ajudou a criar o histórico e inesquecível partido político MDB – Movimento Democrático Brasileiro e, por esse partido, foi deputado federal por sete mandatos. Como deputado autêntico e na luta contra a Ditadura Militar, se juntou a outros grandes políticos, como Tancredo Neves, Mário Covas, Ulisses Guimarães, Miguel Arraes, Alencar Furtado, Alceu Colares, dentre outros e, levaram a sociedade brasileira, campanhas vitoriosas como A REDEMOCRATIZAÇÃO BRASILEIRA; DE VOLTA OS EXILADOS e DIRTAS JÁ, que resgataram os brasileiros da escuridão e conquistaram a NOVA REPÚBLICA, que revigora, até hoje, o nosso querido Brasil. Fernando Lyra, irônico ou bem humorado, sempre foi respeitado no mundo político, partiu hoje, deixando a todos os brasileiros, um inestimável legado. Com muito pesar, deixo aos seus familiares, os meus sinceros votos de pesar e solidariedade." | |
Escrito por Magno Martins, às 12h30 blog do magno martins http://www.blogdomagno.com.br/ Fernando Lyra, o pauteiro
POSTADO ÀS 12:15 EM 15 DE FEVEREIRO DE 2013
Por Fernando Castilho, do JC Negócios, especial para o Blog de Jamildo
Fernando Lyra era viciado em mídia. Não era só em jornal impresso ou em rádio, cuja voz potente levantava a entrevista. Nem em televisão, cuja habilidade de expressar-se em frases curtas e pensamento lógico o faziam um bom entrevistado. Nem na Internet onde logo que a web virou plataforma, ele soube usar e até se aproveitar para ancorar sua enorme base de informação política. Lyra era viciado em mídia porque a pautava. Isso mesmo: Fernando Lyra organizava a conversa, mostrava o cenário global do fato e induzia a matéria nova. Tinha a capacidade de mostrar isso na conversa embasada com uma tese bem defendida. Quem já foi ou é repórter de política sabe bem o que isso quer dizer. E por isso Lyra era figurinha carimbada em todos os colunistas e repórteres da área no Brasil inteiro para assuntar. Você ligava para ele e com cinco minutos de conversa tinha o horizonte, o quadro geral. Lyra tinha a capacidade de cheirar o amanhã político. A diferença é que ele sabia usar isso. Muita gente desenvolveu pauta de sucesso na editoria de política depois de conversar com Fernando Lyra. Gente que assina coluna e matéria especial em jornal nacional, e com ele tinha alguma intimidade, sabe o que era Lyra para dizer que o foco era esse ou aquele. Isso só servia para a imprensa? Não, serviu para a Democracia que ele, com sua voz e sua capacidade de articulação, ajudou a consolidar. Tancredo Neves soube melhor do que ninguém reconhecer e usar essa capacidade de Fernando. Miguel Arraes e Leonel Brizola, idem. Quando a Ditadura mandava e calava no Brasil, o vozeirão de Fernando Lyra protestava na rua e nos microfones do Congresso. Mas, acima de tudo, ajudava a costurar a redemocratização nos bastidores. O vozeirão virava conversa mansa, quase inaudível. A imprensa deve muito a Fernando Lyra pelas pautas que ele lhe deu. Pelos cenários e horizontes que traçou e por onde os nossos melhores repórteres foram construir a história da resistência. Como dizia Antônio Britto, figurinha carimbada na lista de ouvintes de Fernando, "uma conversa com o "ministro" sempre dava um bom lead" porque ele apontava ao repórter o contexto". Fernando Lyra era um desses personagens que tinha tanta história para contar que quando não nos dava o prazer da presença física numa mesa, o circulo inteiro parava para contar seus "causos". E nesse momento, a gente via porque ele sempre era personagem. Porque, dos brasileiros que viveram a redemocratização, ele certamente foi um dos principais pela capacidade que tinha de aglutinar, de juntar e articular e de... Resistir. O Congresso Nacional, é verdade, ajudava, pois naqueles tempos era outro. Tinha um perfil de muito melhor qualidade do que a "ninguenzada" que está lá hoje. Tinha um nível que 90% dos que estão lá hoje não teriam, sequer, condições de frequentar o plenário. Nessa época, Pernambuco tinha mais de 10 dos 70 melhores parlamentares do Congresso com gente como Miguel Arraes, Roberto Freire, Marcos Freire, Cristina Tavares de Melo, Thales Ramalho e Maurilio Ferreira Lima e Egídio Ferreira Lima, só para citar os que me vem à lembrança da esquerda. Assim como do outro lado, estavam Marco Maciel, Ricardo Fiuza, José Mendonça e Inocêncio Oliveira. Ou seja, Lyra estava sempre no time dos melhores. Não entra nessa lista os de fora como Leonel Brizola, de quem Lyra foi vice-candidato à presidente da Republica, Alencar Furtado, Pedro Simon, Paulo Brossard, Mário Covas e vai por ai. Portanto, Lyra estava no time principal e por isso ele sempre tinha uma nova história para contar a qualquer jornalista. Isso permitiu que na mídia nacional, Fernando fosse uma das pessoas com maior acesso entre os jornalistas. Claro, que o observador atento e o crítico cortante também sabiam se beneficiar disso para inflar balões e construir notícia a favor das teses que defendia e personagens em quem apostava. No passado, Marcos Freyre (já falecido) e Jarbas Vasconcelos. No presente, Aécio Neves e Eduardo Campos souberam muito bem o que era ter um Fernando Lyra telefonando para um repórter ou colunista e "fazer a cabeça" dele sobre os novos quadros. Gerava o que chamamos de mídia a favor. Dentro do Congresso, Lyra era fonte tanto do on como do off. Empinava candidaturas ou destruía com força às teses da direita quando apresentada no plenário. Talvez, por isso, a imprensa tenha tanto respeito por esse pauteiro. Talvez, por isso, nós jornalistas que o chamávamos de "Ministro" nos sintamos tão órfãos. Talvez, por isso, é que, já agora, a ausência de Fernando Lyra nos dê uma saudade danada...
Postado por Jamildo Melo
blog do jamildo
http://jc3.uol.com.br/blogs/blogjamildo/pagina.php?pag=2
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